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Poesias-->Meu Monge -- 20/05/2007 - 16:33 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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MEU MONGE
Carrega seu ânimo e sai todo dia.
Bem fácil seria- pudesse escolher.
Talvez peça a um deus :poder continuar,
E nunca –ou quase- pensar em parar.
Tem filhos, remorços; e vive de sonhos;
E arrisca-se a um dia esbarrar no aluguel.
Meu monge é calado, é firme e mal reza.
Nem sempre acredita. É homem –ou mulher.
É um ser desta Terra
que encosta no céu:
batalha de louco que sabe entender
que tudo é possível : não basta querer.
Em jaulas enormes viajando por horas
com outros e outras, arrisca o que tem:
sufoco das tardes, espreme e aperta:
e passa o lugar à senhora no trem.
Dormir : muito pouco. Comer : só se tem.
Estuda umas coisas que nunca soubera
e atento decora, rabisca e penhora.
Penhora a esperança de um dia vencer...
Meu monge é batalha. Não olha o passado
-eterno presente da roupa no tanque,
goteiras no teto, crianças com fome,
da vida arrastada com forma de gente...
Meu monge é divino, humano e terrestre.
É pássaro escravo porém olha ao longe,
não raspa a cabeça, não anda na neve.
Mas tem a inteireza das almas gigantes!
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