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Poesias-->Decidi sair. -- 25/05/2007 - 11:13 (Erbon Elbsocaierbe de Araújo) |
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24.05.2007
Decidi sair:
Fruir,
Meio a tanto pó, o que não é pó.
Talvez p’ra um dia ter o que lembrar:
O Ibirapuera, a Paulista, a Sé,
O corcovado, Copacabana,
Porto Alegre.
Passeios solitários:
Solidão com sabor de liberdade.
Andando só pelas ruas.
Andando sós,
Andando só por aí,
Somente só(s).
Gosto de cidade,
Qualquer uma distante, e que não seja a minha,
Talvez por não ser a minha.
Gosto de sentir-me um mais apenas,
Meio perdido e diluído.
Ao mesmo tempo em que eu me sinto
Sentindo a mim mesmo.; eu
Sentindo a minha presença.
Mas que haja um ovo,
Ou o que quer que seja um lugar,
Um quarto, um ovo,
Em que eu possa me abster de tudo e,
De quando em vez, de tudo e
De todos
P’ra que eu faça a re-composição
Tão sempre necessária.
É imenso o mar de rostos
Esse mar de faces não conhecidas,
Ao mesmo tempo tão reconhecíveis.;
Navego nesse ermo tão distante do espírito, e
Navegar me é cansativo, e
Eu me canso navegando.
Vendo-me assim confundido com a
Humana bruma, esfumaçado,
Fugidio de minha própria essência,
Muitos de mim se movendo pelas ruas
Indo e vindo sem destino,
Sem casa, sem cidade, sem o ovo,
Em silêncio, eu me canso.
Muito mais se estivesse, eu mesmo
Andando sem rumo,
Sem casa, sem cidade, sem o ovo,
Por todos ao mesmo tempo.;
Por todo lado ao mesmo tempo.
... pior que deixar de ir é voltar.
É dar-me conta de chegar exausto em casa.
E como chegar em casa
Exausto, surdo, mudo e envelhecido,
Assim devo chegar em casa:
Exausto, surdo, mudo e envelhecido.
Não me parecendo , se quer me aparecendo,
O rapaz de lá então que ficou para trás
Na outra cidade.
Algures numa data ida,
Qualquer coisa imemorial
Muito antes, muito antes,
Muito antes da partida.
Cidade patética onde exatamente assim
Também eu me sentia, patético, vagando
Lá e acolá por lugares parecidos
Com lugares de outros sonhos, ou
Dum sonho que jamais
Terei vivido.
Mas devo retornar,sim!
Devo retornar:
Voltar para a minha casa.
Por todos os motivos possíveis e imagináveis, e
E os inimagináveis também.
Por motivos racionais e irracionais.
Por motivos celestiais, do destino, por motivos
De ordem física e biológica,
Da ordem do metafísico e do metapsicológico.
Por motivos dos outros e pelos meus, egoísticos.
Em fim, há motivos para que eu retorne.;
Devo retornar.
Recompor o que foi de(s)composto.
Tenho esse privilégio, suponho,
De me dar ao luxo de experimentar e
Testar.; ousar beirar os limites do suportável,
Da minha capacidade de suportar o insuportável
(O sublime, a leveza, a liberdade e a ousadia do espírito).
Por isso é que sempre devo retornar,
E retorno,
Embora exausto, surdo, mudo e envelhecido, mas
Devo retornar.
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