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Poesias-->Tristeza de um soldado -- 19/06/2007 - 15:30 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tristeza de Um Soldado





Jorge Bastos Costa - Coronel da reserva





Quando eu era capitão,



Haviam coisas, então,



Que já me revoltavam.





As injustiças sociais,



Os pobres que passavam,



E as crianças que choravam,



Pela fome que passavam.





Lá, no interior de Minas,



Por onde muito andei,



Vi gente pobre lutando,



Peões ordenhando,



Lavradores plantando,



Senhores “enricando”,



E seus empregados, suando.





E lá, no Nordeste,



Onde também labutei,



Tive a chance de ver,



As meninas nas praias,



Na beira das estradas,



Vendendo o que,



De mais puro tinham,



Pra poder sobreviver,



E gente que, vivendo,



A poucos metros da praia,



não tinha sequer,



Água para beber.





Depois, lá na Amazônia,



Selva, mosquito, calor



E isolamento enfrentando,



Estrada implantando,



Doenças se espalhando



Com índios morrendo



De gripe e hapatite,



Vi um de meus filhos,



Quase morrer,



Por uma simples bronquite.





Depois, já aqui no Rio,



Vi mais miséria, de perto,



Que nas cidades afastadas.



Meninas que iam pro cais,



Vender café e um cigarro,



Mas que, por um pouco mais,



Entravam em qualquer carro,



Que desmaiavam na rua,



Não por que com a bandeja



Não podiam agüentar,



Mas porque iam trabalhar



Sem um café da manhã,



Simplesmente porque



Nada tinham pra se alimentar.





Mas nem por isso,



Me rebelei.



Nem por isso,



Desertei,



Nem por isso,



Roubei armas



Dos quartéis



Onde passei.



Nem por isso,



Em nenhum momento,



Pensei em trair



O juramento,



Que eu acredito,



Solene,



De sempre



Servir meu país.





Mesmo afastado,



Das lides da caserna,



Continuo sendo



Um soldado.



E, hoje, desolado,



Sinto-me traído,



Desrespeitado,



Por ver que um



Bandido, desertor,



Traidor da Pátria



E, do juramento



Prestado



Foi engalanado.



Agora, só



Falta lhe dar



Medalha



Por bons serviços



Prestados.





Pode ele até



Ter a patente



E, oficialmente,



ser um general.



Mas, estivesse, ele, vivo,



E com toda a disciplina,



Que adquiri,



na vida militar



que vivi,



Eu juro, no pleno domínio,



De minha consciência:



Jamais, em tempo algum,



Haveria eu de lhe prestar,



A minha, regulamentar, continência.





Rio de Janeiro, 15 de junho de 2007.





***



Obs.: Minha "descontinência", também, ao traidor terrorista/assassino/comunista desertor e ladrão de armas do Exército, capitão carlos lamarca (com letras minúsculas, sim!), promovido recentemente a general post-mortem pelos traidores da Nação, a vergonhosa "Começão" de dinheiro público. Só em uma autêntica República Socialista dos Bandidos tal infâmia é vista como um direito natural. Com essa decisão, os Calabares da "Começão" monetária autorizaram todos os brasileiros a pegar em armas e barbarizar por aí, matando inocentes, em nome de qualquer slogam político - comunista, fascista, nazista. Com certeza, amigo, será um grande negócio, pois uma polpuda indenização virá no futuro para você, inocente "militante político" (F. Maier).





***



Mensagem recebida de uma leitora:



De:

Enviado: quinta-feira, 21 de junho de 2007 17:47:26

Para: ttacitus@hotmail.com

Assunto: Usina de Letras -- Contato do Leitor



Mensagem referente ao texto Tristeza de um soldado - Poesias.

Enviado Por: SALETI HARTMANN

Da cidade: Cândido Godói-RS



Ao autor do poema "Tristeza de um Soldado":



Um dia, estávamos no lado "certo" da história. Hoje, estamos assistindo tudo

pelo avesso. Pelas condecorações dadas aos antigos guerrilheiros, percebe-se

qual é o caminho que os atuais governantes estão tomando, em nome de um Povo

inteiro que não merece ser representado desta maneira. Ainda pensamos. Ainda

temos um resquício de sensibilidade humana, e ainda somos muitos, os que guardam

na lembrança os tempos conturbados do passado. Enquanto as crianças brasileiras

aprendem a modificar o mundo através do amor e da solidariedade, os nossos

governantes estão provando que as medalhas mais importantes vão para os que

fazem do ódio, a sua bandeira.



Sou Professora de Ensino Fundamental, e, mil e uma vezes, repetimos aos nossos

alunos que abdiquem da violência e da criminalidade. Alguma coisa não está bem

certa nesta história, ou tudo o que nós aprendemos até aqui, está errado...

então, fica a pergunta: ainda devemos educar para o amor? Se é o ódio que está

sendo cultuado!!!!



Sou filha de um falecido expedicionário da 2ª Guerra Mundial, que me ensinou a

retidão e a perseverança, em todos os momentos da vida. Que me ensinou a buscar

as melhores soluções para os problemas, sem o uso da violência e da rebeldia

armada.



Saleti Hartmann



Cândido Godói-RS







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