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Poesias-->mulheres -- 09/07/2007 - 19:26 (maria da graça ferraz) |
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13
A casa dela
era uma extensão
de seu útero
Quem ali entrava,
era chocado,
aquecido
Sempre fora
esforçada em carinhos
Toda vez que um
filho saía
e batia a porta,
estourava uma bolsa invisível
14
Ela percebeu
o pequeno pássaro
nervoso
que com o bico
remexeu a flor
e para longe voou
Ela sentiu
uma dor leve
no baixo ventre
Ovulara
naquele instante
Estranha a linguagem
entre as sementes
15
Houve, uma época,
em que ela usara
unhas compridas,
garras, vermelhos,
saltos finos,
cabelos compridos
Houve , uma época,
em que ela se vestira
de "mulher"-
o outro do homem
Agora, ela se permitia
vestir com "ela mesma"
Tornára-se um fenômeno
desconhecido
mas... confortável
Uma deusa
inflacionária
16
Fizeram-nas
existir:
Aquela mulher
envolta em véus
no oriente
Tão triste. Tão curva.
Aquele mulher
nua puta oferecida
no ocidente
Tão aberta. Tão fingida
Ambas são os extremos
de uma corda
O proibido
O consentido
Mas nenhuma delas
é mulher apenas
Elas são imagens,
sombras fugazes,
cestas de lixos ,
asas caídas
do homem bicho
Quando..Quando
o homem perdoará
a mulher
dentro dele
que o partiu em dois,
só para ter a desculpa
de amá-lo depois?
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