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Poesias-->poema branco 61 -- 09/07/2007 - 19:35 (maria da graça ferraz) |
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O som só é audível
quando ressoa
no corpo do outro
com uma onda
que explode no rochedo
Portanto neste hospital
conte-me em voz alta
um pequeno segredo
e deixa que me vá
Irei sem silêncio mas em paz
75
Ela estava ali,
parada, atônita,
com as roupas
da mãe morta
em suas mãos
como alguém
sentado na areia,
à espera da onda
impossível
que lhe devolvesse
a concha numerada
E um mar invisível
a afastava de todos...
76
Porque a vida
é guerra...é erro
e o repouso é breve
Em todas as partes
Em todas as épocas
Morreram mais homens
com armas na mão,
do que com livro,
mulher...violão
77
Ainda há amor
mesmo que ínfimo
medíocre
risível
Há amor
nas mãos da enfermeira
que enfaixa
seus pacientes
como se vestisse pierrôs
Há amor
no verso anônimo
clandestino
escrito no gêsso
Há amor
Por que só eu o vejo?
78
Ele era velho
fatigado vacilante
Nada mais desejava
Nem sonhar, sonhava
Não havia mais
como a morte destruí-lo
O que fazer com ele? Com isso?
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