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Poesias-->GÓLGOTA -- 05/08/2007 - 20:35 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Soltem minhas mãos,
delas preciso, urgentemente!
Antes que me fujam as palavras certas,
ou que me escape a fugaz inspiração.
Rápido! Não percam tempo,
desatem os nós e coloquem-me o papel em frente.
Fingirei que escrevo cartas,
imitarei Paulo, virarei escriba
ou apóstolo, tanto faz...
Malgrado o título que ostente
não passa de um louco
aquele que vive a escrever,
sabendo que escreve para viver!
Por favor, soltem as rédeas de minha mente.
Permitam-me devanear,
agora e por todo o sempre.
Logo, logo estarei exausto,
dormirei por “horas a fio”,
sonharei com nada.
Letras soltas e esvoaçantes orbitarão em volta
do meu corpo crucificado.
Perto de mim, em meu Gólgota,
há um rio
de água vermelha e quente,
até parece uma artéria
expondo seu sangue
contaminado de paixão.
Por favor, repito,
deixem-me escrever em paz. |
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