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Poesias-->Alguém que teve a audácia de ser a si mesma -- 19/10/2007 - 18:52 (André Mariano de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Alguém que teve a audácia de ser a si mesma,

Com a simples essência de viver exatamente seu passo

Sua tosca simplicidade linda e desgraçada



Alguém que quis amar, mas amar não soube

E as luzes do baile se apagaram de repente

De repente a vida passa realmente de repente



E a gente contando piada, contando piada, contando piada.



Alguém cujo desejo era sonhar, alguém que profundamente sonhasse

Incessantemente com a paz

Mas não com a paz dos hospedes na casa abandonada

Com a paz que não me deixa em paz sequer um segundo

A paz de ouvir a voz do mundo e não chorar

Nesta grande urgência de viver da vida

Neste imenso segundo aplacado.

Ignoro as vezes, e do escuro não me vi nem um pouco

Não me localizo nem mais nem menos

Estou sem lugar, como já estive

No tempo em que viajávamos na estratosfera do amor absoluto



Alguém que não custasse a ser breve, mas que em sua

Brevitude desesperasse meu desespero, e o imenso desespero dos homens.

Que nascesse e não aparecesse, como nasce a aurora na noite derrotada

E que neste momento eu simplesmente parasse

No compasso desconcertante do teu veludo

Na tua maciez bruta das belezas trazidas da profunda solidão.

E é por isso que te amo querida, nascemos do mesmo pão,

Morremos do mesmo vinho,

Vivemos da mesma circunstância.



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