LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->O BONDE -- 21/10/2007 - 19:38 (ANTONIO MIRANDA) |
|
|
| |
O BONDE
Poema de Antonio Miranda
A casa com muitas portas
e nenhuma saída ou entrada.
O caminho de muitas
voltas, sem retorno.
Havia muitos livros
mas era o mesmo
livro que eu lia
sem fim nem começo.
Depois o bonde me trazia
de onde eu não estivera
ou, estando, não sabia
se ia ou se voltava.
Mas eu ia e voltava,
voltava e reconhecia
sem ter visto antes
—se é que eu via.
Não havia ir nem voltar,
conhecer ou reconhecer
mas havia, sim, havia
o bonde que ia e vinha.
O caminho é que é
(nem mais) era outro
— estoutro, se dizia —
e de bonde é que se ia.
Não sei bem aonde,
menino que eu era,
pois já devia ser
memória do não ser.
Mas, se o bonde era,
eu haveria também de ser,
e a paisagem, se havia
ah, se havia, já não era.
Os trilhos que iam
e vinham, eram os mesmos
mas o bonde que ia
não era o mesmo que voltava.
E eu, se ia, não voltava
ou era outro,o bonde
em trilhos imóveis
de ir e vir.
Leia outros poemas do autor em
www.antoniomiranda.com.br
|
|