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Poesias-->à escuta -- 04/11/2007 - 19:03 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu saía do hospital,

em silêncio, na boca

a pronúncia muda da letra H-

algo à espera de um corpo

aberto receptivo que imitasse

no ar a geometria de uma vogal



Eu saía do hospital

plena de inícios

com minhas sapatilhas

de água e de peixes

e nos meus braços margaridas

enfeites papoulas

arrancados da terra



Eu saía do hospital

pelas manhãs

Trazendo, em mim,

todas as estações rebentadas,

o saber profundo dos caroços

de tangerinas à mesa,

dos filhos de todas as mães

que se abriam como serpentinas,

da aparente derrota

do mênstruo,

da gota de gordura no teto,

de tudo que se solta



Saía do hospital

com a lembrança

de teu beijo no meu ouvido

A surdez temporária

consentida após uma jura

O ranger de algo

que se abria por dentro

sem me rasgar em duas

Saía do hospital

À escuta



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