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Poesias-->AS TROPAS DA RALÉ -- 11/11/2007 - 09:30 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AS TROPAS DA RALÉ

para ZILTON ANTUNES





Quero pintar as paredes

Deste quarto quase anódino

Feito eu e meus presságios

De qualquer cor, mesmo nada.



Insisto em olhar de perto

Meu medo atávico pasmo

A me inquirir de pronto

Além de minhas vontades



Quanto às paredes, branquinhas

Não cabem reza, litania

Nem oferendas a Ísis

Minha deusa predileta



Mas tento insistentemente

Decidir antes que acabe

E desabe sobre mim

Seu teto argiloso e sacro



De forma rés, aleatória

Busco uma cor no jardim

Entre pássaro e helicônia

De simples metamorfose



Mas qual! a coragem pouca

Restos de dias e noites

Indormidos, vexatórios

Congelam um gesto no ar



Justo esse de reserva

Guardado a mil chaves, todas

De mesmo modelo uno

Da minha origem ralé

O quarto, átrio silencioso

Sem vestígio greco-romano

Confere-me por deferência

Um diploma suburbano.



Já passam das tantas horas

Dês que houvera decidido

Pintar o quarto de sombras

E de luz que vomitarei



A quem recorro à deriva

Deste desejo tão pétreo

Imutável, enraizado

No meu capricho chinfrim?



Não há mais tempo, já chove

E a umidade das horas

Retem-me num chão passivo

Pronto a me baixar o fogo



Nesta área onde durmo e gozo

Minhas venturas de macho

Deponho-me a fantasia

De um seis por quatro pintar



Enfim, sem pincel ou trincha

E os aparatos de praxe

Entrego-me por derradeiro

E vou ouvir o Jobim.



WALTER DA SILVA

Nova Lima-MG, 10 de novembro de 2007













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