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Poesias-->ÊXTASE -- 04/03/2000 - 09:27 (Maria Angela C.Marques Pereira) |
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Êxtase
(Ao Braguinha)
São quatro horas da tarde,
Vou caminhando só,
O olhar em busca de algo
Que de tão fundo na alma
Não sabe o que é
Mas talvez , companhia
Transito entre casas pobres
Pessoas , muitas , estão lá
dentro, longe ...
Só vestígios, vozes, sons
Não vejo ninguém
Apenas o sol forte
o marasmo da tarde quente,
a solidão
que parece marcar exatamente
os meus 7 anos
que me fazem vagar
em busca de algo ou de alguém
naquela meia tarde
Ao dobrar a pequena esquina
Numa casa ao final do bloco
ouço , banhando o ar :
“Laura, que é da rosa dos cabelos ...?
Laura, que é do vale sempre em flor ? ...”
Algo se modifica :
embora meu corpo continue
arrastando-se quente e só
Algo , em mim, voa
solta-se, espalha-se
Já não sinto nada
Não há nada
Nem mesmo sete anos
de solidão
Nada mais sei
de dor ou tristeza
Apenas algo em mim
desamarra-se
sonha e dança
bem à minha frente ,
no ar, como ondas,
às notas da melodia ...
“ oh ..., Laura... que é do seu sorriso?
Laura... que é do nosso amor?"
( Maria A - outubro/1999)
* “Laura” faz parte da imprescindível obra musical de Braguinha
E.T. : republicado com errata: “ Laura ...que é do nosso amor?”
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