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Poesias-->TRALHAS E TRILHAS -- 10/12/2007 - 22:29 (ANTONIO MIRANDA) |
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TRALHAS E TRILHAS
Poema de Antonio Miranda
Havia uns móveis antigos e arruinados
que ainda lembravam a linhagem dos Teixeira.
Fotos de família em molduras ovaladas
e um piano decrépito, descascado
que guardava pompas antigas da estirpe.
Vendeu tudo ao preço que podiam pagar.
Jogou o que sobrou num baú velho,
umas roupas em malas de couro
e negociou um frete até Fortaleza,
de onde partia o Ita para o sul.
***
O mar era verde, era azul, era vermelho, era branco, era cinza.
Vastidões sem termo, espaço-tempo refletindo angústias.
Queria morrer. Via sargaços e aves
e revia o gado perdido no campo.
Chorava para si.
Mermavam suas forças. Não falava nem ouvia. Nem via mais o mar,
olhava para dentro. Imagens sem nenhum significado,
sensações em tempos diferentes e em espaços sem contigüidade,
inteligindo, sim, sem a razão imediata do entendimento.
Águas revoltas apoucavam as criaturas.
As filhas, mocinhas, em estado de graça, libertas
numa taça de champanha, borbulhantes,
as espumas subiam das quilhas ao convés.
Texto do livro inédito DO AZUL MAIS DISTANTE. 2007
Mais poemas do autor em www.antoniomiranda.com.br
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