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Poesias-->TANTO SOL -- 10/12/2007 - 23:10 (ANTONIO MIRANDA) |
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TANTO SOL
Poema de Antonio Miranda
A bússola aponta
para
o
sul.
As galinhas uivam
e os gatos assoviam;
os patos solfejam
e as vacas sonham.
Nestas terras abandonadas
não se pronuncia
o nome de Deus
sem o arrepio da dor
—clamor e penitência.
Carcarás domesticados
os homens-jegues arrependidos
com seus fardos .
Os pássaros desencantados
os romeiros e as rameiras
e os retirantes, penitentes
os esmoleres conformados
e os tropeiros
e os ciganos
—discursos ensarilhados.
Nestas terras de usura
não tem fartura,
se tortura, não há
sossego e perdão;
tem gibão
e fogo na carnatura
— ave de arribação.
Nas agruras do sertão
nas lonjuras insondáveis
vaga o homem, e cisma
em seu confinamento
— tanto sol e solidão.
Poema do livro inédito DO AZUL MAIS DISTANTE. 2007
Mais poemas do autor em www.antoniomiranda.com.br
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