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Poesias-->ACORDADO -- 28/12/2007 - 05:25 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Vez por outra os silêncios da noite
acompanham-me madrugada à fora.
Fantasmas e lembranças despertam-me do sono
e trazem-me de volta ao ninho da poesia.
Outra vez estou diante de mim mesmo
na solidão dos acordados...
Enquanto outras almas fingem que dormem
vejo o cristal líquido das horas piscar em vermelho-sangue.
Vez por outra eu deveria tomar um remédio
que me fizesse normal.
Deitar às 10, quem sabe?
E acordar revigorado.
Outra vez, deverei usar óculos escuros, de manhã cedo,
e falsear meus olhos que ardem,
diante de sofredores que,
sabe-se lá, foram companheiros ignotos da insone peregrinação.
Vez por outra eu deveria descer as escadas
e escrever tolices, sem qualquer medo ou preocupação.
Sinto que, lá fora, chove
e que, aqui, escondido, troveja e relampeja meu coração.
Outra vez, nos porões de meu refúgio,
escuto passos tensos no andar de cima.
Sei que tipo de aflição os move e o temor
que os domina, lá, no andar de cima.
Mas, vez por outra e outra vez, estou acordado às três da manhã...
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