LEGENDAS
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral )
(
! )-
Texto com Comentários
Poesias-->ADÃO -- 24/01/2008 - 23:02 (Délcio Vieira Salomon)
ADÃO Délcio Vieira Salomon Mas, ó tu, geração daquele insano Cujo pecado e desobediência Não somente do reino soberano Te pôs neste desterro e triste ausência, Mas inda d’outro estado, mais que humano, Da quieta e da simples inocência, Idade d’ouro, tanto te privou, Que na de ferro e de armas te deitou. (Camões - Lus.: 4, XCVIII, 777 – 784) / geração = descendência – insano = louco; refere-se a Adão, que perdeu o reino soberano (=o Paraíso). – mais que humano = celestial – Tirou da idade de ouro = inocência primitiva e lançou no pecado e na guerra ( “idade de ferro e de armas”) / O poeta chama Adão de insano. Não terá cometido cruel engano? Atribuir a Adão o mal do mundo é esquecer que maior mal é o nosso de tudo atribuir áquele que por amor por primeiro descobriu os encantos da mulher amada.Como se é injusto quando para justificar nossos erros recorremos ao original pecado. Quisera que no lugar de Adão os machos todos ali estivessem. Ao ver Eva nua com ou sem serpente ao lado ou em seu colo enrolada, qual não se jogaria incontinente teso a seus pés e não lhe proporia uma noite de prazer na cama, mesmo que essa fosse de relva ou até de espinhos formada?