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Poesias-->DELEGACIA DA MULHER -- 15/02/2008 - 19:23 (Jeovah de Moura Nunes) |
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DELEGACIA DA MULHER
Entra a Neuza chorando,
Com um olho inchado.
Fátima nervosa e reclamando,
Tem seu coração despedaçado.
Maria cansou de apanhar.
Isabel sem respeito xinga.
Adriana não sabe o que é amar.
Ana dorme com um tonel de pinga.
Rosana está enlouquecendo.
Loreta abandonou tudo.
Márcia trêmula está morrendo.
Antonia levou uns cascudos.
Roberta está grávida.
Sonia, a policial, retira-se.
Desistiu da própria vida.
Faz escândalo a Ivanira.
A delegada Marisa tenta
Suportar e a tudo controlar,
Mas a dificuldade violenta
A ela que só sabe amar.
A mulher moderna
Já conhece os seus direitos.
O carrasco que inferniza
Sua vida já está desfeita.
As crianças, frutos do amor
Cheio de esperanças, ficam sérias
E não compreendem aquela miséria
Humana. Só entendem de rancor.
Para quem dá a luz
E só procura amar o amor,
Qualquer violência reduz
Um homem à condição inferior.
A mulher isto não almeja.
Uma casa, trabalho e filhos ela quer,
O amor de um homem ela deseja,
E o carinho de um lar. Ela é mulher.
Para defendê-la da covardia
De homens sem valor,
Deveria existir uma delegacia:
A Delegacia do Amor.
Simplesmente isto é o que ela quer.
A ela se destina:
O amor como sinônimo de mulher,
O amor como sua parte masculina.
04.março.1995
(do livro: "ÉS MULHER" - publicado em 1996)
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