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| Poesias-->S E N H O R A -- 22/02/2008 - 18:51 (Jeovah de Moura Nunes) |
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SENHORA
Ela era simples.
Sempre foi simples.
Mulher judia,
Vivendo o pesadelo
Da falta de direitos da mulher,
Daqueles idos tempos.
Mesmo em família,
Nenhum direito sequer.
Maria era seu nome.
Enamorou-se de José,
Que um tanto rebelde,
Não tinha nenhum dote,
Além do seu amor.
Não era zelote
E fazia a barba
Como os romanos.
José não gostou
Do que Maria lhe contou:
Estava grávida.
-Mas, eu não lhe toquei?!
-Como?
-José! Fui tocada por Deus!
E estou grávida!
José ficou muito tempo
Sem acreditar.
Mas, era paciente.
Era humilde, tolerante,
Resignado e amante
A Deus.
Amava também a Maria,
Sua futura esposa
E sua família.
Imaginemos agora
A mulher sem direitos,
Viver o papel de Maria,
Virgem e mãe.
Só mesmo a dignidade
De uma grande senhora,
Para suportar a hipocrisia,
Daqueles tempos,
Naquele ambiente judaico
De Maria.
Um dia
Nasceu a criança:
Um garoto robusto.
Foi um susto
Porque Jesus não veio
Tranqüilamente,
Como hoje nos hospitais,
Os bebês costumam chegar.
Veio apenas com saúde
E esperança
De eternizar os mortais,
E o mundo melhorar.
Foi morar em Nazaré,
Embora tenha nascido em Belém.
Era aquela família de tanta fé,
Que nenhuma outra tem,
Mesmo nos dias que correm.
Na infância,
Aquela divina criança
Soube da crucificação
De três mil homens,
Numa estrada,
Próxima da sua humilde casa.
Era o sinal
De Sua sina.
Roma era cruel.
Mais cruel ainda
Era a ignorância a Deus,
Que Jesus queria reparar,
Através do Evangelho,
Chegando até hoje límpido
Aos olhos meus e... seus...
Foi morto através da cruz,
Um instrumento que acabava
Com as florestas daquele tempo.
Porém, a Deus ninguém consegue matar.
E Ele excelso como era,
Vive ainda hoje,
Sua eterna primavera.
Sua mãe viveu
Por muitos anos,
Num recanto,
Perto de Cesaréa.
Ajudou ao cristianismo que floresceu e
Trabalhou pelos necessitados,
Seguindo as lições de seu filho amado.
Até que um dia
O próprio Jesus
Veio buscá-la,
Levando-a pelo espaço afora
E chamando-a de Senhora.
E até hoje
Ela é conhecida
Entre nós,
Como Nossa Senhora.
(fevereiro/2005)
Jeovah de Moura Nunes
(do livro: "VESTÍGIOS LUMINOSOS")
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