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Poesias-->INSÔNIA -- 27/02/2008 - 20:39 (Rudolph de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
INSÔNIA



O passado é o esqueleto

Guardado no armário

Do meu corpo

Coberto de pele e pelos bobos

Porque assusta as criancinhas

E ao dono

Do passado no corpo enfiado.



O vento açoita

Enquanto o sono não vem

Tormenta elétrica, química

Neurônios, impulsos, enzimas

Pensamentos, sentimentos,

No turbilhão se batendo

Misturando-se

Numa rala sopa fria

Sem sabor, sem odor

Ácida e corrosiva.



O cão roedor de ossos

Vai remoendo o esqueleto

Que de outro modo

Estaria sepultado

No velho corpo cansado.



O esqueleto, o cão e o dono

Estranhíssima trindade

Atendem pelo mesmo nome

Do escriba ainda acordado.

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