VERSOS E PETALAS
Perco-me entre poesias
E versos renitentes,
Aqueles nascidos à revelia,
Ou surgidos entre os dentes.
Eles aparecem de noite e de dia.
São versos sem eloqüência
A dizerem coisas só para mim,
Esquecem da grandeza, da excelência
Do leitor: o motivo e o fim.
Queima paixões a fornalha,
Donde saem meus versos de querubim.
Esquenta, assa e espalha
O canto de meu peito assim.
Mesmo grandioso não atrapalha,
Apenas caem como pétalas em mim.
08.11.2002
(Jeovah de Moura Nunes)
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