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Poesias-->PICOS, MINHA TERRA -- 07/03/2008 - 12:31 (Jeovah de Moura Nunes) |
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PICOS, MINHA TERRA
Esta minha terra amada,
Que é por Picos batizada,
Me embeleza, me seduz...
É que ela é a natureza
De mais luxo e mais beleza
Que já fez o bom Jesus!...
Esta terrinha daqui
É do grande Piauí,
Território do Brasil.
É cidade florescente,
Dá vida pra toda gente,
Nada em minha terra é vil.
Tem comércio, tem usina,
Tem lavoura muito fina
E tem criação de gado.
Faz mui grande exportação,
Minha gente tem ação
- Trabalhar é o seu fado.
Minha terra tem amores
Na brisa com seus rumores,
No vergel doce e fagueiro
Que fica dentro do muro,
Do qual sinto o que figuro
Neste canto de roceiro.
Quisera que as nove Musas,
De inspiração inconfusas,
Ajuda sem minha pena
Para, como Casimiro,
Cantar em doce suspiro
Minha terra nesta cena.
Minha terra, amado berço,
Onde à noite rezo o terço
Sempre ao lado de mamã.
Terra de vergel de amor,
Do vergel que me dá flor
A Laurita, minha irmã...
Minha terra é tão formosa,
Tão gentil e tão mimosa
Por ter tanta poesia...
Quem será que nesta terra,
Vendo o que nela se encerra,
Não se encanta e se extasia?
Qual será seu habitante,
Ou mesmo qualquer passante
Que não vê a primazia
De Deus neste paraíso?
Tirai a prova a juízo,
E vereis que poesia.
Vereis que temos riqueza
Nesta terra qual princesa
No seu leito a espreguiçar-se,
Não se vê promiscuidade;
Do trabalho, na verdade,
É difícil descansar-se.
Vereis belas serrarias
Caternas de cercanias,
Arvoredos seculares
Carnaubeiras gigantes,
Coxilhas tão verdejantes,
A natureza em seus cantares.
Vereis que tenho razão
Em contar, nesta canção,
Estes revérberos seus;
E que é sua poesia
Que me dá tanta ufania,
Pra contar o que fez Deus...
Minha terra sendo assim,
Cheia de tanto festim,
Furtar-me-ia a bendize-la?
-Não! Em mim por ela pulsa
Meu coração, que em repulsa
Viveu tempos, por não vê-la.
Sim; Já conheço a saudade
- A grande contrariedade
Que fenece um coração
Em viver longe carpindo
Crua ausência; a dor sentindo
Por não ver o meu torrão...
Foi minha terra que deu,
Com todo esse encanto seu,
Poesia à minha pena!
Porque foi por sua causa
Que na ausência, numa pausa,
Rimei saudade serena!...
Quem me deu a poesia
Foi meu ninho de alegria
Suscitando-a na saudade!
Portanto é terra bendita
- Picos, toda a minha dita;
Minha mor felicidade!...
Terra da minha inocência,
Em que naquela indolência
De precoce e leda vida,
Balançava-me em cipós
Que fortes, lisos, sem nós,
Viam-se em sombra querida...
Terra das azuis falenas,
Em que nas tardes amenas
Ia vê-las no regato.
Via então grandes contendas;
Bofetadas estupendas
Chega, era mesmo um fato...
Minha terra vou finalizar,
Já estou rouco de cantar
O que justamente és.
Contei o que é ser picoense,
Fui-te fiel, ninguém pense
Que eu seja de vil jaez.
Já que grande é minha terra,
Com seu rio e tanta serra,
E eu sou ente sem valor,
Peço a Deus olhe pra mim,
Pra que sempre cante assim
Hinos à obra do Senhor!
Esta minha terra amada,
Que por Picos é chamada,
Me fascina e seduz.
Ela é meu querido berço,
Onde à noite rezo o terço
Ao Coração de Jesus...
(Alberto de Deus Nunes)
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