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Poesias-->F I F I N A -- 07/03/2008 - 12:47 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FIFINA





A Fifina, galhofeira, não quer ser moça de reza.

Vive sempre na cegueira de ser grande na beleza

De que é possuidora, com minestra sedutora.

Defendi-a, certa vez, de horrível adultério.



Certo indivíduo, descortêz, quis forçá-la ao mistério

De ser moça maculada, dos rapazes namorada...

É verdade que Fifina relutou exemplarmente.

Porém ela não se inclina a qualquer tipo demente.



Talvez seja esse o motivo do seu gesto tão altivo.

Quando em pleno carnaval, la na praça da palmeira,

Se envolvia a Capital nas taças da bagaceira,

Notei dois jovens sorrirem, e depois assim dizerem



- Já é hora, Pedregoso! – Sim, Fifina, já é hora...

Preparemo-nos, pr´o gozo; Somos um só corpo agora...

Bote a máscara, portanto, eu a espero neste canto.

Pedregoso, um goza a vida, era noivo de Fifina.



E já era conhecida a amizade como sina,

Porque o ato conjugal seria após o carnaval.

O sujeito que tentara ultrajar miss Fifina,

Esse colóquio escutara vira os dois e tudo atina.



Pôs, ativo, mãos à obra, com astúcias de sobra.

Preparou-se, muito lesto, e ficou-se donde vinha

A Fifina, no funesto pensamento de doidinha.

Encontrando-a, venturoso, simula ser Pedregoso.



-Esperaste-me no canto? Eu tardei, não é assim?

-Não; até não foi lá tanto. Não percamos tempo, sim?

Lá se vão mascarados, no pecado embrulhados.

Por falarem diferente, nessa voz carnavalesca...



A Fifina, bem contente, não dá pela ação burlesca

Do sujeito seu inimigo que se torna bem amigo.

Alta noite, num dos bares, descansando numa alcova

E isolados de outros pares, eles dois têm uma nova:



-Tiremos isto da cara, ninguém aqui nos repara...

-Quem? Que vejo?! ... É o senhor?! – Fala, atônita, Fifina.

Quer sair pro corredor, lamentando sua sina.

O sujeito quer mata-la; Ela grita, já não fala...



Socorrendo-a os vizinhos, na escuta dos gritinhos,

Viu-se ali, o Pedregoso, porém, foge: era o

Carlinhos seu bom pai, o criminoso. Mas Fifina

– mui lamento não terá mais casamento



(Alberto de Deus Nunes)









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