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Poesias-->Posfácio© “Documentário” -- 10/04/2008 - 08:13 (Elizabeth Misciasci) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Elizabeth Misciasci



A forte chuva batendo no rosto

nos braços, documentos e incertezas...

Fragilidades visíveis na face,

notório delinear do meu desgosto.

Já não importava o caminho,

cansável distancia feito êxodo partir,

Confrangendo um sentir puro

não mais me impedia seguir.

Sem questionar o futuro,

Os passos perdiam a firmeza;

Passado vivido distante...

Caminhando cabisbaixa, só tristeza.

A chuva que era ínfimos pingos

inesperadamente aumentando

incauta, molhava os cabelos,

misturando-se ao meu pranto.

Na hora da vez, fez-se a vez da hora...

Retroceder não poderia,

levada por um vazio,

caminhei como outrora.

Perdida no espaço e no tempo...

Escalada íngreme,

onde o minuto rival, competia

e o vento da chuva que compelia,

ao bater... Também doía.

Mas o dever do cumprir abordou-me!

Devorando pensamentos,

visível fez-se a realidade

mesclando papéis sob as águas

Mentiras, verdades, sentimentos...

O certo não era a tardia

mesmo na difícil trajetória...

Refrear é covardia!

-Quem contara esta história?

Já a chuva, torrencial se fazia!

Roupas, corpo, cabelos e rosto

inundados me tomavam,

num resvalar que me cobria,

poderoso poder permitiu o proposto.

Posto a pasta, os documentos!

a chuva cessava as gotas repentinas...

Olhei o céu lastimei meus lamentos,

perdida no vário das minhas retinas.

Molhei e sequei entre o sol e o vento

Morri e vivi em cada passo... A todo o momento!

Da chuva, do pranto, do andar sem saída

refleti, relembrei as feições... Cada rosto.

Os abraços e beijos as promessas às juras...

Revivi aconchegos, sonhos e perfídias.

No lampejo entendi o final das rasuras,

Papéis em meus braços caminhada sofrida

Não eram apenas documentos

nem riscos de venturas e aventuras.

Certa do feito, chorei ao relento...

na incerteza do porvir,

ciente das dificuldades,

o que eu tinha nas mãos

eram histórias de vidas,

E eu... Posfácio de tantas sofridas...

Carregando futuros e liberdades.



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