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Poesias-->LEMBRANÇAS DE OUTONO -- 21/04/2008 - 23:56 (MARIA HILDA DE J. ALÃO) |
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LEMBRANÇAS DE OUTONO
Maria Hilda de J. Alão
Sei que dormes em abandono,
Mente vazia, não há pensamento.
Nada pode te despertar desse sono,
Nada pode te causar tormento.
Em mim ainda vives e eu te vejo
Saindo do leito na manhã fria,
E tão forte é o meu desejo
Que sinto a mão morna que acaricia.
A manhã outonal passa desvairada.
Logo virá a noite de capa escura
Abafar minha prece em voz entrecortada.
Engulo, para aliviar da gorja a secura,
A lágrima, consolo sublime.
E volto a sonhar... bates à porta:
- Entra! Diz a voz que amor exprime,
De saudade estou quase morta...
O quarto é um céu que sem sol ficou.
A mobília, como árvores desfolhadas,
Esconde uma vida que se espedaçou,
E os sonhos presos em naus encalhadas.
Lá fora, cantando com voz plangente,
Como se estivesse escarnecendo de mim,
Está o vento que não sabe como gente
O que é saudade de um amor sem fim.
17/04/08 |
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