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Poesias-->Solidão -- 02/07/2008 - 17:50 (Lita Moniz) |
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Implante II
Depois do medo, outro segredo.
Chegou assim perto de mim. Não
sabia bem que nome tinha, era uma
vontade de ficar sozinha.
Ensinou-me o caminho do isolamento.
Como fazia bem ao coração andar sozinha
no meio da multidão.
Que paz sentia quando distante dos outros
me via.
Amizades sociais, superficiais, convenientes,
nada mais, descartáveis também. Nada a nada
me prendia porque o segredo me prevenia,
baixinho me dizia que só assim longe do
sofrimento ficaria.
A solidão me fez bem. Longe de tudo que poderia
me perturbar, vivia e deixava viver, sem a
ninguém magoar.Na solidão me refiz, aprendi a
a me bastar.
Ser auto-suficiente. Vivi comigo contente.
Onde está então o mal?
Este implante aparentemente inocente que parece
até um amigo é o maior inimigo.
Traz no bojo a maior dor, que é a dor do
desamor. Quem por este implante for tocado
vive só, vive isolado.
O outro só lhe faz mal. A vida em sociedade
tem o sabor da maldade.
É incapaz de amar. Tudo que pelo outro
fizer será pelo caminho da dor.
E quem neste caminho entrar vai saber
bem o gosto amargo que tem.
Lita Moniz
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