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Poesias-->2410 -- 17/10/2008 - 20:22 (maria da graça ferraz) |
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" Quem beber desta água
viverá eternamente"
O lavatório do posto de Saúde
era uma pia de aço retangular ampla
que se abria como um altar
Destino final de todos os peregrinos
lazarentos, plenos de fé,
que para ali, de longe, vinham,
em romarias silenciosas, banhar o rosto,
os pés, o corpo todo
Um dia, eu dizia,um dia,
algum devoto lhe acenderá velas
Ou, quem sabe, algum herege,
lançar-lhe-á uma moeda,
selando desejos e promessas
" E quem beber desta água
viverá eternamente"
No grande tanque,
amaciáva-se a carne,
tentativa de torná-la pasta
e desfazer a forma
remodelar a massa
transformar a dor das chagas
" Pois quem beber desta água
viverá eternamente"
A pia?
Fala, Verônica, a piedosa
Fala, Madalena, Maria,Madona
Pois, ali estava a MÃE
incorrupta
doce
benévola
Molhada de leite
e de lágrimas
colo escavado
arredondado ventre
para o carinho que embala
No fundo desta pia
havia um céu
atingível humano consciente (?)
"Para que quem beber desta água
possa viver eternamente"
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