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| Poesias-->2426 -- 17/10/2008 - 20:33 (maria da graça ferraz) |
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Ora, bolas, ele era um "santo"
E porque ninguém reconhecia isto?
Tudo que ele desejara na vida ,portanto,
fora o bem dos humildes, como um cristo;
fora o bem do país, como um anjo
Ora, bolas, ele era um "santo"
Abnegado, amoroso, compadecido?
Um pouquinho, pouquinho,nem tanto!
Não exageremos que dá nas vistas e cansa!
E como todo o santo, incompreendido!
Sim, porque se era santo, era também humano
Demasiadamente humano!
Pensando bem...Para ser justo :
Um santo de segunda classe
Um tipo de santo corrupto pária
A máfia de toda santidade
com gorda conta bancária
e que os pobres , nessa hora,se danassem!
Ora , bolas, mas ainda assim, santo!
Nestes tempos da carestia
de virtudes, qualquer coisa servia!
E cada país tinha o santo que merecia!
Para um povo covarde- o Brasil da alienação,
cabia um santo em estado de putrefação
que fechava qualquer negócio
por preço módico
Ora, bolas, ele era santo sim!
Um santo vulgar e reles
como a sola da sandalinha
de plástico suja com fezes
mas funcionava- fazia o que dava
para os microcefálos e necessitados
E lá, no céu de cima - perguntáva-se:
" Mas que santo é este? Manco e torto
Com orelha de coelho.Dente de ratazana.
Bico de urubu. Corpo de porco?"
E respondia um anjo insano:
" É do Brasil. Inventaram este troço
com tudo que tinham-
rapadura, paçoca , farinha"
Ora, bolas, que falem, ele era santo!
Um bom, bom santo!
Sem gnose, sem magia, sem encanto
como o Nosso Senhor
Mas ainda assim, um bom pastor,
QUE PEGAVA NO TRANCO
E DESCIA LISO QUALQUER BARRANCO
Aceitava até crediário
com juros consignados ao salário
para pagamento de promessas
Tão bom! Que não exigia confessionário,
penitência ou uma única vela acesa
Então...Ele era um santo!
As pessoas não entendiam
que não era fácil fazer MILAGRES
" para outros"
Dividir o pão
Transformar vinagre em vinho
E que , ora essa, os burros paguem
cada um dos desejos da carne
E diabo, que há, consagre!
Afinal, data 11 de abril
de 2008- ano da graça
Brasil
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