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Poesias-->O AVARENTO -- 13/11/2008 - 09:58 (MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O AVARENTO

Marco Aurélio Bicalho Chagas



Num povoado afastado,

Em uma pequena vila,

Entre montanhas viviam

Pessoas e um abastado.





Era o mais rico de todos.

E de um mau coração.

Despojava aos demais,

De seus bens, em profusão.





Tanta era sua avareza,

E em tudo punha preço,

Conseguia, com certeza,

Ter tudo sem muito apreço.





No lugar também havia

Um moço bom; verdadeira

Alma de Deus, se dizia,

A voz do povo, altaneira.





Certo dia adoeceu

Gravemente aquele avaro,

E o pior aconteceu:

Viu-se em total desamparo.





Prá salvá-lo era preciso,

De sangue, uma transfusão,

E ninguém em são juízo,

Quis lhe dar essa atenção.





O avarento anunciou,

Pelo precioso elemento,

Qualquer preço, em desespero,

Ofertava no momento.





Compreendeu o desolado,

Que o metal não compraria

O que era necessitado.

E que falta lhe faria!





Inteirou-se do incidente

Daquele pobre coitado,

O bom moço, prontamente,

Foi-se ter com o endinheirado.





Comovido o avarento,

Com aquele piedoso gesto,

Ordenou num só momento,

Buscar salvador dileto.





O jovem vinha apressado,

Caminhando pro castelo,

No trajeto foi picado

Por cobra, que flagelo!





E ao seu destino chegar

Relatou o caso passado.

Não foi possível salvar,

Com o sangue envenenado.





O avarento morreu,

E o jovem foi tratado,

E disso que ocorreu,

Cada um faz seu ditado.





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