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Poesias-->CORDELATO -- 15/12/2008 - 10:54 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Calma! Neste teu céu
de estrelas e flores
é preciso ter alma.
Alma que ama
até mesmo as dores.
Amor de repente,
amor de poesia,
amor de amadores...
E dois cantadores,
que a tudo assistiam,
fizeram trovas e desafios,
sobre tudo o que viam:
“Uma mulher vestida de céu
passando na pequena rua
assustou menino sozinho
que brincava com a amiga lua.
E o menino, atordoado,
virou bicho, correu pro mato,
pegou um galho velho e seco
desenhou seu ritmado:
`Eita, vixe, que coisa perfeita,
era uma muíe ou o cão encarnado?
Tinha, de um jeito ou de outro,
a vocação do meu pecado...`
“Mas o padre - que tudo escutava,
escondido numa moita ali perto -,
quis mostrar-se todo santo
e bradou lá de seus lados:
`ô menino, tu tá ficando é doido,
confundido alhos com bugalhos,
desde quando uma mulher tão bonita
pode ser confundida com um dos dez mil diabos?!`
“Mal fechava a boca, eis que o padre desmaiou,
é que chegava a dita cuja,
a quem o menino desenhou,
e a nêga era tão bonita,
vestida de céu azul,
que o homem de batina,
caiu morto, duro, suado e nu.
“Apavorado, o garoto,
começou logo a chorar,
só parando mesmo quando,
se viu no colo acalentar.
E não era mesmo que o Padre,
agora rindo no paço eterno,
tava certo e tava errado:
é que a moça não era o diabo,
mas era todinha de bom pecado”.
Calma! Neste teu céu
de estrelas e flores
é preciso ter alma.
Alma que ama
até mesmo as dores.
Amor de repente,
amor de poesia,
amor de amadores...
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