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Poesias-->SOLIDÃO -- 10/03/2001 - 23:06 (Paulo Sézio de Carvalho) |
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Solidão
Paulo Sézio de Carvalho
Qual fruto caido da árvore, sedento de liberdade, assim me encontro. Estou ao revés de tudo e não sei como manter a postura.
Penso que já amadureci.
Cai da boa árvore e tenho que seguir o curso.
Por onde estou me levando, não sei se gosto.
Meus passos incertos e esta estranha certeza
Poderão não me levar ao sustento altruísta.
E nas rimas da vida, o som interno traz a dedução
de que tudo não passa de agonia.
É ardência, que vem, que vem, que usa e deseja
Carência que tem, um bem, que pulsa e lateja.
Assim, viajo na solidão.
No fundo, essa solidão, a solidão das almas, é a solidão do próprio ser.
A visita que espero de mim mesmo.
O beijo e o abraço esperados,que tardam a chegar.
Vejo que muito do esperado, meu corpo terá de produzí-lo.
A fome ser saciada por todos os meios que meu corpo conseguir.
No fundo, a solidão das almas, sou eu mesmo, a emergir em profusão.
E nas noites do "só" com o mundo, o pensamento alheio
Se transforma em cenas e vira um cortejo de realidade.
É sonho, medonho, que late, que bate aqui em meu peito.
E ponho à parte, já que faz parte desse teu jeito.
Estou como nunca antes tive.
Cheio de um vazio cheirando a tempestade.
Costumeiramente falando com as tangentes notas do acaso
E contando a elas de meus sonhos por se realizarem.
Conferindo no silêncio se ao menos os elementais presentes no ar
Estão anotando minhas intenções de modo a ajudar a conspirá-las.
E a fonte do desejo, secreto desejo daquela que me falta
Faz-me voltar ao real, que sempre deixo como imáginário.
E vem a certeza...
É silêncio, é cio , um vazio de quem nunca chega.
Consenso, tardio, baldio, que a ninguém aconchega.
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