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Poesias-->LUGAR -- 02/01/2009 - 17:43 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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A mesa, bem como as cadeiras...
... nada enfim mudou de lugar.
Apenas eu, sentado, inquieto,
ausentei-me silenciosamente da paisagem que,
faz pouco, adoçava-me a boca.
Ali, algo,
de repente,
havia irremediavelmente se transformado.
Era novo e desacolhedor, o ambiente descolorido e gasto.
Na parede de ontem -
recordo-me bem - havia um relógio.
Era bom o nosso convívio!
Em uma noite especial, a arte envolveu-lhe a matéria
e o tempo se foi... suavemente disperso
em esperanças pueris,
com hora e dia marcados no branco papel de bar.
Mas, pouco se passou, e eis o relógio de volta.
Trazendo, em sua bagagem de filho pródigo:
choro, tristeza, sonhos perdidos, rostos dilacerados.
Não há mais razão para sentar-me ali,
Onde algo, de repente, transformou meu coração.
Nem a mesa, nem as cadeiras,
nada, além de mim,
Mudou de lugar.
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