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Poesias-->2490 -- 12/04/2009 - 20:10 (maria da graça ferraz) |
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Este poema eu escrevi dentro de minha salinha de consultas, no posto médico, para o copo de vidro que ali está, ali fica, ninguém sabe sua função
O móvel de pinho
maciço mal encerado
O copo de água
O cheiro de cloro
misturado ao cheiro do corpo,
um banhando o outro
O copo de água
O lençol barato
estendido sobre a maca
no aguardo
Na parede è frente
um prego curvo fraco
à espera
Uma pia
onde uma torneira pinga
marca o compasso
O copo de vidro
nunca usado
sempre vazio
ao lado
A palavra sai difícil
Entre as vogais
um aperto
O ruído seco-
o último- do coração
antes da fibrilação
O copo
sem água
sem terra
sem nada
E do amor,
tudo que sabia,
era o estrondo
da porta quando se abria
" Quem entra? Quem foi?"
E o copo
único
....
ao invés de dois
obrigada por teres me lido
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