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Poesias-->O Estado do São Francisco -- 24/03/2001 - 21:06 (Nezinho Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O sol lança à terra, em esplendor,



seus raios inclementes.



O suor, salgado, quente...



desliza pelo corpo do lavrador.



Arde, queima, mas ele não o sente,



na faina de lavrar a terra



arenosa, abrasada, ardente,



sua fé está no Criador.







O Norte-mineiro grita, implora:



--Por Deus, ajudem a gente!



...parlamentares, governadores...



...o presidente...



...nada fazem! Viram-lhe as costas



e vão embora.







Esquecido, desamparado,



entregue à própria sorte.;



dorso moreno queimado de sol,



lança à terra a semente.



Desanimado ele se sente.



Olha o céu, limpo, sem nuvens...



Mas não chora. É um homem. É um forte.







Da garganta ressequida emerge uma prece.;



um apelo, um grito abafado.



Sente que é pesado o seu fado



Mas também sabe que a aranha vive do que tece:







--Meu Deus, tenha piedade...



mande-nos chuva, vê nosso tormento!



Mas Deus parece não ouvir



-talvez pense ser um atrevimento



aquele apelo por sua caridade.







Já tarde volta prá casa...



cansado, tem fome...



Não tem o que comer!



...ele desanima...



A consciência martela:



--É sua sina!



Mas ele bate no peito e grita:



--Sou filho de Deus...sou um homem!







De política ele nada entende.



Mas quer o direito, não o dever, de votar,



pensando que assim ajuda sua região,



o norte de Minas, seu rincão.



Mas está enganando-se, pois



só o sul tem a ganhar!







A noite passa.; o sol desponta



quem sabe, para um dia bonito...



No rádio ele ouviu falar



- de início não levou em conta -



no estado do São Francisco,



da terra árida o novo obelisco,



a projetar-se para o mar!







Pensou, compreendeu e se alegrou.;



olhou pro céu e até sorriu:



--Chegou ao fim o sofrimento!



Mas a eterna burocracia,



daqueles aos quais pensou ter um dia



dado seu voto por merecimento,



transformou o novo projeto



dos norte-mineiros, os analfabetos,



em um infundado arroubo...



Um louco intento!







Hoje, novamente para o céu volta a olhar.



Vê o sol, imperioso...



Não teme mais o astro impiedoso



que o faz suar.



Aprendera a ter coragem,



e não é mais um medroso,



pois sabe que seu destino é lutar.







Olha para os filhos, a esposa, para si próprio...



...com amargura...



Lembra-se de um grande homem,



- de uma estória que ouviu contar -



então finca a enxada no chão,



revolvendo a terra dura



e enchendo-se de ânimo determina:



--Independência ou Morte!



Se lutar pelo progresso é minha sorte,



só descansarei na sepultura

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