Em recuperação desde o dia 26 de agosto, quando me submeti a uma cirurgia no pé esquerdo, tenho tido bastante tempo para reler velhos papéis, escritos antigos, publicações e até fazer um “5 S” nos meus arquivos. Outro dia, encontrei esta preciosidade: a coluna TROVAS, de Maria Thereza Cavalheiro, publicada no jornal O RADAR, de Apucarana – PR. São doze TROVAS:
Escolha um solo fecundo,
prepare-o com muito ardor,
e com fervor mais profundo
plante a semente do Amor!
Jerry Filho
Vejo a prova fulgurante
de um poder que não tem fim,
numa estrela – bem distante,
na vida – dentro de mim.
Carlos Ribeiro Rocha
Aquele que quer na vida
pensar somente em ter sorte...
não lembra, com tanta lida,
que tudo acaba com a morte.
Laurentina Martins dos Santos
Com olhos fitos no chão,
você só vê a tristeza.
Levante a cabeça, irmão,
e contemple a natureza!
Mário R. Martins
A distância é que nos mata
porque vem logo a saudade;
saudade – presença ingrata
da antiga felicidade.
Filemon F. Martins
Amigos: guardem de cor
e viverão satisfeitos:
nossa vitória maior
é vencer nossos defeitos.
Samuel P. Ribeiro
Todo dia que começa
cheio de luz e energia,
é vida a passar depressa,
é morte lenta e sombria...
Maria Thereza Cavalheiro
Não feche o seu coração,
sonhe e tenha confiança,
nas janelas da ilusão
entram raios de esperança...
Therezinha de Jesus Lopes
Nas batalhas que travamos,
em nossas brigas de amor,
muitas vezes terminamos
sem vencido ou vencedor...
Mário Marinho
A jangada, em toda a vida,
quando ao vento a vela solta,
acena uma despedida
porque não sabe se volta.
Ferreira Nobre
Velhas roupas coloridas,
penduradas nos varais,
choram lágrimas doridas,
nos casebres muito iguais.
José Rodrigues Louzã
Porque o amor tudo renova,
porque a vida é uma canção,
bate em meu peito uma trova
em forma de coração!
Marly Rosa da Silva Furtado
Obs.: família de trovadores, Jerry Filho, Laurentina Martins e Samuel P. Ribeiro (primos), Carlos Ribeiro Rocha (tio) e Mário R. Martins (irmão).