Distante, saindo do breu da noite,
dolente e triste, um piano traz
Chopin para nosso ambiente.
Imagino os dedos longos que
tiram das teclas os sons,
sem contudo, vislumbrar quaisquer
mãos a comandar aqueles membros
febris e apaixonados.
E o clima de arrebatamento
parece se espalhar no ar,
impondo emoções e impulsos
há muito adormecidos.
É dor de amor, é saudade,
é desventura.
É uma mescla de tanto sofrimento
que os meus ouvidos cessam de escutar
aqueles amargos lamentos...
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