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Poesias-->Eva -- 27/03/2001 - 21:45 (Diogo Luiz de S. B. F. Lima) |
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Eva
Em terras secas e molhadas
Muitas lendas foram talhadas
E tragadas de sol a sol
Uma delas condenava,
A Eva que em silêncio chorava
Mas a mágoa guardava só
Na mais estapafúrdia cumplicidade
Fazia-se de deusas mârtires
Arrastando-as às gemônias
As dores e torpitudes sofridas
Eram junto ao medo acolhidas
Em primaveras cinzas e tristonhas
O pudor era de todo aceito
Mas apenas alguns tinham o direito,
De entre dedos escorregar
E numa assepsia falha
A condição orgânica determinara
Os que livremente poderiam amar
A alma ferida doía
Na mais infeliz agonia
Do acaso de nascer em vão
A desgraça que o mundo teceu
E as penas atribuídas a Deus
Eram aceitas com resignação
Vermelha era luz a acender
Que aos homens traria o prazer
Do amor incondicional
As madamas todas felizes
Prostitutas, putas, meretrizes
Anjos à serviço do mal
´´Amado já sabes de mim
E eu quero sentir de ti
O doce gosto da lealdade
Mas preciso que admitas
Que com todas essas raparigas
O inferno tu me mostraste
E no silêncio estrondoso e oco
Num sorriso amargo e escroto
Balbuciaram-se notas de amor
Amor este discutível
Mas que com uma receptividade incrível
Foi abraçado com louvor``
Entre o histerismo e a orgia
Na mais profunda etognosia
Eva retira tudo o que diz
E o macho trêmulo e suado
De libido toda saciada
Fê-la mulher como se quis
2000 |
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