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Poesias-->A SANTA -- 24/01/2010 - 10:58 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Sinto o suor...
É noite. Está quente. Meu corpo molhado
sangra.
Dedilho apavorado teclas pretas
não escuto nada
sei que há gente perto de mim.
Preciso subverter a linguagem, mas isto, hoje,
talvez eu não consiga!
Penso que não deveria mais ler contos claros
ou ouvir diplomatas insurretos,
ou pensar que sou poeta.
Minha absolvição, (minha ressurreição), requer
a morte definitiva de outras pessoas, de josés de todos os nomes
e de marias desconhecidas.
?salugrív ertne sesetnerap so rasu ossop oãn euq essid meuQ
?ajes euq reuq meuq ed etrom a roporp ossop oãn euQ
Li muito sobre a morte
e tenho vontade de conversar... que pena!
Lá, bem longe daqui, ri,
de si mesma,
a santa da procissão de domingo.
Muitos homens a carregam, solenemente,
mas nenhum deles sabe o motivo de sua santidade.
Eu sei!
a santa que anda sobre os corpos masculinos
a santa que sobrevoa as multidões
a santa que tudo escuta, que muito pouco fala,
é a santa da imagem.
E quando a imagem é santa
também é sã toda aflição de amar. |
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