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Poesias-->A Sombra de Brasília -- 01/03/2010 - 10:21 (Félix Maier) |
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A SOMBRA DE BRASÍLIA
Por Miguezim da Princesa
I
Eu nunca vi Edson Sombra
Aceitar suborno, não;
Sempre o vi como um exemplo
De servidor da nação
Servil e descompromissado
Com o dinheiro gerado
Trabalhando pelo pão.
II
Porém, assim de repente,
Como num deus-nos-acuda,
Ele aparece por trás
Do delator do Arruda,
Detonando um mensalão
Que vai pra lá de bilhão
Sem descontar as culhudas.
III
Fitas há pra mais de mil
Deputado chulezão
Cofre que virou corpete
Na política do peitão
Mas Durval nunca mostrou
As fitas que ele filmou
Do homem do topetão.
IV
Depois que lascaram Arruda
Paulo Otavio desistiu
Foi que o Judiciário
A manobra descobriu
O ilustre relatou
Mandou foi o delator
Para o esquema que caiu.
V
E aí ele cercado
Pra delatar o patrão
Tentou uma última cartada
Numa bonita região
Repleta de rico novo
Que quando avista um do povo
Morre de arripunação.
VI
E afirmo com razão
E digo sem empecilho
O governo quis botar
Uma escola pra dar brilho
Ao aprender e ensinar
Rejeitaram: é azar
Do povão pros nossos filhos!
VII
Pois foi lá, no centro puro,
Desta nova burguesia
Que o Sombra se apresentou
Junto com sua freguesia
Pra fechar o intento
Que há tanto perseguia.
VIII
Para se livrar dos crimes
Do imenso laranjal
O secretário Barbosa
No início entregou mal
Precisa entregar mais
Disso aí não foi capaz
Preferiu "pagar o pau".
IX
E foi aí que montaram
A segunda operação
Engabelaram uns otários
Que nunca viram tostão
Montaram cena de pobre
Com 200 mil de cobre
Num jogo de um trilhão.
X
E a pobre massa ignara
Vê a comédia feliz
Fura o boneco de Arruda
Com a lâmina da meretriz
E ainda forra a cama
Para a primeira dama
Que vai dormir com Roriz.
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