LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Incômoda -- 18/03/2010 - 20:50 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
|
|
| |
INCÔMODA
Porque não valho tudo
ou quase nada
e sei deixar-me
assim : jogada.
Sei assustar
esse teu lado sensato
somente dizendo:
vou
te
ver.
Vou te encontrar na esquina
bem de repente
porque existe o avião...
E então te imagino correndo
pedindo socorro a uma amiga
que por via das dúvidas
faria seu papel.
Porque enquanto você
ame o que escrevo
seguro estás.
Mas se de repente
as poesias
arregaçassem as mangas
e fizessem pó da distância
e resolvessem chegar
(não pra ficar contigo,
querer,
amar,
dizer :
somente pra te ver)
você morreria de medo
de que a magia se fosse
ou que a mulher com quem dormes
descobrisse que existo.
(em carne e quem sabe, osso;
até o pescoço!)
E assim, eu relaxada
desajeitada
alegre e jogada...
(você não sabe)
seria capaz (muito capaz)
de não fazer nada.
Porque é preciso aprender
a deter furacões
a relevar os incêndios
e a se firmar com os ventos.
E voltaria surrealista
e escreveria poesias
porque pisei outro chão
e me encantei
só de longe
com tua esquina.
Cristina
|
|