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Poesias-->Deves ficar comigo -- 31/03/2010 - 17:56 (André Mariano de Almeida) |
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Você peca com o sal das minhas palavras
E joga sílabas aflitas entre meus dentes
E engole à seco meus músculos e meus olhos
E deixa o mundo tão cercada de existência
Que não percebe, deixa escapar o único instante
Em que foste convidada a participar dos anjos
E dos demônios, e de todas as almas fundidas na Terra,
Não consegue percorrer a nebulosa translúcida
Que cega até mesmo suas vertigens,
Escolhe o frio. O deserto das antigas lendas
Compadecendo no martírio do que mingua,
Do que morre em cada ausência particular
Das coisas ingênuas e simples,
Nos beijos vagos que não se aprofunda, na pele
Em um horizonte que não se ocupa do seu desejo desesperado.
Mas não, menina, não vá escolher o desespero
Dos que morrem incrivelmente atordoados pela inércia
Há desesperos mais plenos e angústias mais doces
Em que poderás sofrer o gozo da vida sem medo,
Na contemplação das verdadeiras alquimias
Que nascem instantaneamente da seiva dos nossos corpos
Há delírios mais coloridos na arquitetura
Das nossas vidas se entrelaçando,
Onde terás, antes de tudo, o alívio de
Não teres sido a sombra de si mesma,
E o delírio de viver em paz com seus instintos.
(André Mariano de Almeida – 29/03/2010)
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