Ainda ao impacto da leitura de seus sonetos de “O sonho é nossa chama” – criação de um gênio da poesia, um dos maiores poetas brasileiros dos últimos tempos, senão o maior - pequei este soneto que você leu acima e a quem humildemente ofereço.
Desculpe-me, é que fiquei realmente abismado com a massa de sonetos impecáveis, a maioria cheios de sentimento, sem falar na carga de imagens, metáforas, metonímias, filosofia, lírios e rosas do céu da poesia, que é o meu o seu sonho. Sonho que quase nunca alcançamos. Ou alcançaremos? Poderia referir, se não fosse deselegante, os melhores dentre os melhores dos seus sonetos aqui: a medo, aponto os que me impressionaram também pela carga emocional: os dois de nome MORTE DE MEU PAI e toda a série ELEGIA DA CASA VELHA.
E ainda aproveito a oportunidade para acrescentar que, não obstante a mal-humorada afirmação de Pound, o soneto é uma espécie tão bela e tão forte que, naturalmente causa inveja aos que não conseguem realizar um. E o soneto continuará forte e belo como desde que nasceu, no começo do milênio passado. Não sei quem disse que a leitura de sonetos dá sono. Se foi Erza Pound, melhor. Pois lembro que seus “Cantos” me deram mais sono do que a leitura de bons sonetos. Quando são ruins, é claro, dão sono mesmo. Ao que me parece, Pound tentou fazer sonetos e não conseguiu, daí o seu desprezo pela jóia.
Cá entre nós, dizem que a pedra de toque do poeta é o soneto. Quem não consegue não é poeta. E se nunca consegue, diz que lhe falta vontade, tempo, ou qualquer outra desculpa, até a de que “as uvas estão verdes”.
Mas, não adianta perder tempo com quem não entende bem o que é poesia. Pois se sabe também que um poema de medida livre, mesmo que malfeito, ainda tem jeito – o soneto, não. “A emenda é pior do que o dito cujo.”
Mas fiquemos com a chama do nosso sonho, com soneto e tudo, e receba um grande e afetuoso abraço, atestando minha admiração.