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Poesias-->Oblíquo -- 03/06/2010 - 00:54 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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OBLÍQUO
A intensidade deste sentimento
arrancou-me os pedaços
e seria muito mais sensato
não dizer absolutamente nada.
Não pisar em falso,
não correr sobre o carvão acesso
não pular de para quedas
não cair.
Porém o frio congela
e depois
desenterra
tudo que tentei enterrar:
desenterra
para dizer de forma oblíqua
(nunca direta)
que o impossível
é disfarçar.
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