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Poesias-->2600 -- 05/06/2010 - 22:32 (maria da graça ferraz) |
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As coisas envelhecem depressa
Ao meu redor, tudo perde o frescor
e, silenciosamente, se fecha
Há quanto tempo o Antúlio não dá flor?
Só hoje percebi o climatério-
este imobilismo estéril
do vento melancólico a correr
em sua cadeira de rodas sem óleo
Nada mais acena
Ou pergunta
Ou convida
A existência é mantida
por conservantes tóxicos-
venenos perigosos
com os quais eu me drogo
Aos poucos, a minha casa
ganha a palidez das anemias
em que há falta de ferro, de folatos,
de minérios, das coisas que respiram
em algum ponto dentro da Terra
Às vezes, um fio de cabelo branco
cai como uma serpentina
e o pé caridoso, apara-o,
afaga, acarinha
E assim a gente segue
no mundo branco
Nada mais sangra
Mas ainda penso em tua voz
a me chamar
e eu a sair, com duas tranças
e quinze anos,
abrindo os braços
tentando esconder
a nudez de minha casa
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