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| Poesias-->QUEM SOU EU? -- 24/08/2010 - 11:18 (FERNANDO PELLISOLI) |
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Sou um vendaval arruinado
Disperso no quarto do juízo...
Quem atravessa o rio a nado
É a semente que eu viso!
Sou o choro do passarinho.
E uma rua deserta sem gruta
Que não descolou um ninho,
Onde o tráfego é uma luta!
Sou um barco triste à deriva
Distanciando-se da praia.
E esta alma presa e tão viva
Como bunda dentro da saia.
Sou uma cratera lunática
Navegando no céu calado.
E a teoria sem prática
Que ficou morta, do lado?
Sou o desejo desenfreado
Sob a cicatriz grudenta.
E a mão do sonho abalado
Que pousa e se inventa.
Sou um vaso verde quebrado
Do olhar triste apaixonado.
E um pássaro preso na gaiola
Sem amor e sem viola.
Sou o abstrato desta loucura
Na sensação de só morrer...
E o desespero da cura
Na dor do triste viver.
Sou o Nada e sou o Tudo.
E o louco choro de saudade
(fora e dentro do corpo mudo)
Do grande amor da mocidade!
(por Fernando Pellisoli)
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