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Poesias-->A sensatez de Herbert Viana -- 18/09/2010 - 13:37 (Lita Moniz) |
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A Sensatez de Herbert Viana
Hoje eu não ia escrever nada.
Até que li algo sensato a que chamaram
De “ A sensatez de Herbert Viana, cantor e
compositor brasileiro.
Que me desculpe, não é plágio, nem auto-promoção,
É concordar com tudo isto, uma convergência de idéias.
Inteligência a serviço do amor, da fraternidade e até
da caridade.
Disse que “o mundo pirou, enlouqueceu”.
Eu acrescento que piorou, se perdeu.
Disse que “uma coisa é saúde, outra é obsessão,
Deus é auto-imagem, religião é dieta, fé só na estética.
Ritual é malhação”.
Quem se atreve a discordar?
O marketing venceu.
Fé nas academias, nos salões de beleza. O corpo virou realeza.
Todos se irão curvar diante da majestade.
Não tarda vão entender que o rei que andam a servir tem
Prazo de validade. Neste culto à vaidade, vou de Hebert
Viana que a falar ia a cantar: “está todo o mundo louco”.
Para além da imaginação, atentem para a afirmação
“ A estética ideal é menos lipo-as e muito mais piração”.
Aqui o autor encostou bem na loucura que é esta obsessão.
E tudo isto é verdade, é a nossa realidade.
“ Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo,
Sentimento é bobagem”.
O que importa é o carrão, porque não o casarão, e muito
dinheiro para mostrar que sabem bem trapacear.
“ Gordura é pecado mortal.
Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não.
Estria é caso de polícia.
Celulite falta de educação”.
Se dar bem no ramo da exploração,
Qualquer que seja a situação.
É herói a ser seguido.
É sucesso garantido.
“A máxima moderna é uma só:
pagando bem, que mal tem”?
Consumismo desenfreado, dinheiro
a serviço do pecado.
De uma imagem construída.
O que conta é a medida.
Silhueta e tudo mais, esculpidos a bisturi,
Cirurgião de prestígio
Não é mais o que opera o coração.
É o cirurgião plástico.
O Deus da beleza.
Vendedor de ilusão.
“ Não importam sentimentos,
não importa cultura, a sabedoria,
o relacionamento, a amizade, a ajuda,
nada mais importa”
O que importa é o aqui, agora, esta hora a
pedir mais e mais para deixarem de lado ideais.
Onde a vida se chama “ curtir “
O resto deixou de existir.
“ Não importa o outro, o coletivo,
Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem
posição política. Adultos perdem o senso
diante desta juventude fabricada”.
Sociedade que serve e se serve da vaidade.
Abandonam tradições, lar, família, causas nobres.
Deixam tudo para trás e vão, num acesso de loucura,
para os braços da aventura.
“OK, eu também quero me sentir bem, quero
Caber nas minhas roupas, quero ficar legal,
Quero caminhar, quero correr, viver muito,
Ter uma aparência mas...”
É bom saber que adolescente é um ser
em formação, precisa de amparo, de limites,
De ajustes, correção. Aprendizes a deslizar pela
Cidadania, civismo, educação.
Futuros atores sociais.
Futuros, não atuais.
Lita Moniz
Poema dedicado ao cantor e compositor Herbert Viana.
Poder-se-ia dizer composto a duas mãos.
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