LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->NAVIO -- 11/10/2010 - 11:11 (Cláudia Brandão Schwab) |
|
|
| |
A ossada do navio encalhado na praia
é como fóssil jurássico
de alguma baleia absurda e antiga.
Olho para ela,
mas só o que vejo
é o horizonte ao fundo:
horizonte do mar,
janela para o mundo.
De onde veio a baleia-navio?
Por que deu em encalhar justamente aqui,
onde eu, um dia,
olharia surpresa por entre seus ossos
e sonharia ser Jonas
abrigada no ventre de navio ou baleia;
embalada nas ondas eternas, imensas,
até encalhar numa praia qualquer,
num lugar como este.
E apodrecer ao relento,
à maresia e ao vento.
E um dia ser fóssil –
moldura de sonho
num dia futuro, perdido no tempo.
Moldura de um sonho
escuro absurdo
visceral e sem tino
de alguém como eu.
|
|