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Poesias-->AGUACEIRO -- 13/10/2010 - 18:02 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AGUACEIRO

®Lílian Maial







Dou trombadas pelas paredes, arranjo galos substantivos.

Sou um caso raro de poesioma crônico.

Se não tenho respostas, descarrego nas palavras.

Elas têm consistência de talvez e cor de espanto.

Espremo um verso e drena um pingo.

Palavras têm cheiro de chuva.

Deveria chover palavras e, assim, palavrar os pastos e as montanhas.

Poderíamos passear na chuva e colher verbos respingados do telhado.





Quando chove, tudo molha, não apenas meu corpo enrijecido.

A água amolece tudo, só não desperta meu pensamento de pedra.

O sono é pesado na balança dos anos.

Sou obesa de versos, conversiva.

Descubro poemas na pele, como essas manchas do sol.

Uma, três, dez, a cada dia mais e mais poemas solares.

E vem a chuva e me encharca de palavras,

Deixa a oração colada ao corpo, eriçada memória.





Preciso secar a umidade das metáforas.

Há bolor nas palavras guardadas nas prateleiras.





Tenho receio daquilo que vejo.

Preciso voltar ao tempo de maria-mole e desaprender desapegos.

Saía na chuva e apenas sentia água e atrevimento.

Hoje, temo as verdades inundadas de partidas.

Anseio pela cegueira da palavra enucleada.

Então, com ares de certeza, daria trombadas pelas paredes,

Sentiria o cheiro da garoa de letras,

E ouviria as águas, o choro, a escoar,

Como no olhar perdido da pedra.





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