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Poesias-->med-11 -- 24/12/2010 - 23:16 (maria da graça ferraz) |
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O hospital é o único lugar
onde qualquer rosto nos é familiar
Rostos que sofrem :
Livres do orgulho,
da vaidade, da luxúria,
da maldade
A fronte baixa
de quem mira um abismo
A linha da boca
imperceptível
quase um ponto
Os olhos fracos
em vôo baixo
A ruga entre eles
como uma única asa
Há nestes rostos
a cumplicidade triste
de quem conhece a queda
e possui a necessidade
desmedida da entrega
Rostos desocupados
Pálidos. Assombrados.
Casarios abandonados
onde uma criança assustada,
à janela, espreita,
apenas espreita, mas nada fala
E quem neles repara?
Quem repara nestes rostos?
Apenas a poeta
que por eles passa
A médica? Demais ocupada
a preencher receituários controlados
Rostos lavados de lágrimas
Lisos. Encerados.
Neste mundo seco e árido,
são como nuvens de água
que correm rápidas
talvez
........
procurando um mar à noite |
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