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Poesias-->O TRIUNVIRATO -- 09/02/2011 - 10:44 (Walter da Silva) |
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O TRIUNVIRATO
O triunvirato acabou:
Três rapazes, três homens
Três destinos
Muito moço o primeiro
Exprimira na gravura
A causa da partida
O segundo viajara um dia
A realizar na América
Um sonho antigo
Um terceiro arquitetara
A vida que lhe durou
Sessenta dos seus anos
A esse último coubera
Missionário, projetar
A casa onde me abrigo
Aos três conheço, conheci
De perto e a lhes saber
Um a um os seus humores
Com o trio convivi
Por tantas luas
E aprendi assaz com isso
Uma família de moças
Tantas, cinco no total
E um triunvirato de irmãos
A moça, Norma, discreta
De cuja timidez, armadilhado
Corpo e alma sucumbiram
O mais jovem Normando
Certo dia convencera-me
Dos Beatles seu recado
Era um tempo fulgente
Abençoado pelo fulgor
Maior da juventude
E o retrato do artista
Ainda jovem, alcançara
Precoce pincelada despedida
Por que morrer assim:
Incompleteza ou fuga
Implanejada inaudita?
Uma dor lacerante então
Se instala em todos e
Cada um dos assistentes
Ó natureza vem me explica
Por que dói tanto e tanto
Ao igual que aqui fica?
Pergunta sem resposta
Cujo tom se disfarça
Sem fingir que é vida
O viajeiro distante
Cansara-se de percorrer
A vida em seus limites
Então, certa hora da jornada
Enfermo o corpo, a vida
Ao Clóvis lhe escapara
A mesma mensageira diuturna
Traz-lhe as cinzas ao
Lugar onde nascera
Nesses idos de outubro, 25
O último triúnviro sucumbe
E para incontinenti o coração.
O observador poeta limitado
Incorpora-se ao luto resignado
Rendendo-se ao silêncio por inteiro
A primavera ingênua continua
A conviver com tudo ao seu redor
E rabisca no tempo estupefato
Contrita e dolorosamente
Anuncia por dever de ofício
O inelutável fim do triunvirato.
WALTER DA SILVA
Camaragibe, 25.10.2010
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