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Poesias-->Passos de solidão -- 14/04/2001 - 21:33 (Erika Bernardo Viana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Meus pés agonizam na brasa de seu olhar

Perdida em véus de saudades

A trama dos fios crava a maldade como uma lança

Quando penetrada o ventre

Um sono profundo o afasta de minhas mãos e meus pés

Flutuam, pois a dor não suporta o toque com o chão

As pisadas são lágrimas derramadas que na face escorre, sozinha

Rola pelo queixo e desaba como chuva no chão

Percorre as cavidades no solo

E brota como esperança nos olhos

Mas seu cansaço o vence e vitorioso, recolhe-se em um leito de lençóis

Meus pés doem e calçam o chão como palmilhas de cacos de vidro

Sofro, e cada passo simboliza o martírio por estar só

Caminho e meus pés deslizam sobre um carpete de pedregulhos pontiagudos

Padeço de dor e sustento a carcaça para alcançar a porta

Ergo o braço e prolongo o gesto...

Não! Ainda não estou em casa

Falta muito, falta erguer-me novamente para prosseguir

Choro, pois temo em erguer o corpo incrédulo e despido de coragem

Vivêncio minha dor que corrompe o silêncio de minha mente

Gemidos e tons grotescos, folhas caem, a chuva tão forte derruba

os galhos jovens, mas o tronco continua erguido, ainda há vida,

Ainda há árvore,

Ergo-me, mesmo desacreditando deste ato

Sinto o vento que acaricia meu rosto e me dá forças

Levanto o corpo, mente, alma, sou um só ser

Controlo os sentidos do corpo, da mente do espírito

Elevo meus olhos e a boca saliente busca a água na tua fonte

Mesmo quando me deixar, regresso, porque é para todo o sempre que irei te amar.







Erika Viana





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