Agitação - no silêncio de toda essa soliTária multidão,
de paletós e gravatas -
Imagino movimentos de pernas.
Cheiros à mostra, cheiros conhecidos à mostra,
e só me resta a lembrança...
Quem sabe ela ainda virá...
Atenderá ao chamado com o desejo ardente das tardes impossíveis
Ou simplesmente continuará nos sonhos de cera
Enquanto sublimo a vontade animal.
Há saídas, todavia!
Ruas, pessoas, luas imaginárias e uma delas real.
Posso. Sim, eu posso. Passo uma calça que continua amassada
E saio.
Na primeira à direita uma mulher corajosa (?!) oferece seu corpo.
Homens sem nomes, sem histórias, o comprarão em preços pequenos.
Depois, alguns deles, voltarão à mesma rua, à mesma esquina de dor e prazer: a mulher, a mercadoria, a esquina, o desespero e a miséria continuarão por lá.
Putas viciam. Putas se acostumam. Mulheres dos homens com putas morrem a cada dia
ou então gostam. E imaginam seus maridos insalubres nos braços de um mundo inteiro
Mundo sujo, contagioso, mundo tal qual o mundo é.
Putas e esquinas. Maridos e mulheres esquecidas de si mesmas.